segunda-feira, junho 02, 2008

Versos Ridículos



Ai amor, que distância,
Uma lembrância
Que só quero esquecer.

É tão grande a saudade
Que me estremece o peito,
Pede, meu amor
Que eu deito!

Deito fora o papel,
Que é bilhete avião,
É prova de que te fui ver
E tu, a mim não!

Hoje foi um adeus,
Amanhã o que será?
Se eu não te for ver,
Sei que não vens cá!

Neste vaivém de saudade,
Neste matar aos pouquinhos
Nasce em mim a ansiedade
De te encher de beijinhos.

Ai esta saudade irritante,
Que me faz escrever desta forma,
Parece o parolo do Pessoa
Quando escrevia uma graçola

E depois ainda achava piada,
Escrever cartas de amor,
Seria a forma de desculpar
Tanto disparate com dor

Que esta carta de ridículo tem muito,
Lá isso tem!
Agora se é de amor ou de outra coisa
Isso já não sei…

Deve ser de loucura,
Insanidade mental,
Vês o que fazes à minha vida?
Deixou de ser normal!

Agora ficava aqui eternamente
A provar que te amo cientificamente!
Se é ridículo é amor!
Então amo-te loucamente!
(já viste o ridículo do que escrevo, caramba?)

E não estou a escrever assim propositadamente,
Estas palavras saem de mim naturalmente!

Isto de amar tem a sua piada!
Um poeta deixa de ser poeta,
É ridículo!
O que é ridículo, parece ter essência,
Amor será demência?!
Talvez…
Nestas palavras não me reconheço,
Eu não sou assim…
Encontrarei a loucura se procurar bem dentro de mim.

Deixa lá a loucura que eu já estou perdido,
Se não fosse o ridículo desta carta
Pensaria que era lindo!

Mas para mostrar que sou mais louco que o Poeta,
Vou pegar nestas palavras
E vou mostrá-las ao mundo!
Porque de ridículo não tem nada
Quando sabes que o meu amor é profundo!

Deixo que me leias e releias,
Vezes sem conta e sem fim,
Estas palavras ridículas
Serão sempre um pedaço de mim

Deixo aqui a minha marca
De saudade e desejo,
Deixo também esta lágrima
Porque te amo e não te vejo!

2 comentários:

Anónimo disse...

Que espectaaaaaaaaaaaaaaaaaaaculo! Tu és um génio meu amor. Guarda estas coisas todas. Contiunua a escrever ainda vais ganhar o prémio nobel da literatura. Força Ana Sofia és linda

Anónimo disse...

Delicioso, este teu poema feito de palavras ridículas! :)

Acredito que sejam o mais puro e cruo (lol) que saiam de dentro, e por isso mesmo, por não ser trabalhado, por não ter palavras especialmente escolhidas e tratadas e pensadas, é que é lindo. Continua!!

Bj