segunda-feira, junho 30, 2008

Velha? Eu não!

Quando nos damos conta, se tivermos tempo para isso, acabamos por reparar que afinal a pdi (puta da idade) nos começa a invadir o pensamento. Não queremos pensar que estamos a envelhecer! Nunca! Ainda ontem tinha 20 anos, resmas de gajos atrás de mim, ia para a praia mostrar o corpinho maravilhoso, tinha sonhos, um namoro sem responsabilidades, um príncipe num cavalo branco… ah, mas agora branco já tenho é cabelos! Não é que eu repare nisso, mas as pessoas que me rodeiam fazem questão de me dizer; “estás cheia de cabelos brancos!”. Não é que isso me irrite, até acho que nos dão um certo charme! Eu não estou a ficar velha, recuso-me a pensar nisso! O tempo é que passa por nós… Azarico!
E aqueles putos que vimos nascer que já estão a pedir para assinar fitas da faculdade, e os nossos primos mais novos que já se casaram e têm filhos, e os filhos dos nossos amigos que nasceram ontem, hoje já têm dentes e opinião!! Que merda é esta? O tempo afinal não parou? Será que estou mesmo a ficar velha? Será que já é despropositado ir a uma discoteca, ir beber um copo com os amigos, ir para a rua gritar pela selecção, dar um beijo apaixonado no meio da rua, viver novamente um grande amor… Será que fazemos aquelas figuras ridículas que condenávamos quando éramos novos? “olha a cota a beijar o velho…”. Lembro-me perfeitamente de quando a minha mãe fez 30 anos! Já tinha uma certa idade.. e quando fez os 40 anos, ui..? Aos 50 é que disse mesmo, já está a ficar velhinha coitada…
Será que ficamos fora de validade? “Consumir de preferência antes dos 40 anos!”, ou “prazo de concretização de sonhos até aos 30 anos!” Isto é terrível!!
Bem, acho o truque é arranjar amigos mais velhos, bem mais velhos!! Assim, seremos eternamente mais novos… a pdi para eles é que é lixada!! Coitados! Nós estamos na boa, ainda temos muito que viver para chegar à idade deles. Olha, o que nos espera… ainda tenho muito que envelhecer para chegar a esse ponto, eu sou uma jovem!!
Os cabelos brancos é só uma piada do tempo… ruga de expressão, enfim, é uma marca de nascença! As dores que temos na coluna não é nada mais nada menos que o nosso esforço diário… nós trabalhamos muito! Antes não fazíamos nada, era só boa vida… As costas e os ossos só nos doem porque nunca trabalhamos tanto, é natural!!
É, a velhice ninguém a quer… nem eu! Nem queiram… se a tiverem, olhem, vendam-na!
E fazer anos? Quando é o dia do nosso aniversário? Já tenho 30 e tal… quase 40?! Não importa, o que interessa é o espírito… (até aos trinta o pessoal anda bem, só queremos ser considerados adultos, maduros… a partir dos 40 já nos sentimos muito maduros, com um medo do caraças de apodrecer a qualquer momento)
Importa acreditar que tudo nos pode acontecer a qualquer momento… não há idade, nem prazo para sermos felizes. É isso que nos mantém jovens…
O que se perde pelo caminho do passado, ganha-se no caminho do futuro… então estamos a caminho de ganhar alguma coisa, certo… é nisso que acredito!
Os cabelos brancos, oh meu amigo… não se pode fazer nada! A minha avó tem muitos e é uma jovem!
O tempo passa como o pensamento… damos conta e já estamos a pensar nouta coisa. Que é como quem diz, damos conta e já não temos 20 anos! Temos uma vida construída… somos adultos! Somos os maiores!
A esperança são aquelas jovens de 40 que continuam a ter resmas de gajos atrás delas, que ainda tem corpinho para ir à praia, que ainda tem sonhos, que vivem um grande amor… e que… tem cabelos brancos pintados de castanho… (eheheh, não se pode ter tudo!).
Tenho a consciência livre e jovem porque penso que ainda temos muito que aprender, e em breve vamos ter muito para ensinar aos que vêm por aí… é o nosso alento, a nossa bengala…
A vida é uma escola… e na escola somos todos jovens! Recuso-me a ser a professora velha e resmungona que nos dava reguadas na palma da mão!

sexta-feira, junho 27, 2008

Textos Livres... Soltos... Sem Sentido... Sentidos

Não sou poeta, talvez seja um sonhador cobarde. Sim, atrevo-me a sonhar, mas os meus sonhos não passam de letras juntinhas umas às outras, palavras desmaiadas nesta folha que era branca. E aqui está o meu sonho, neste papel que vou guardar numa gaveta, numa pasta, no esquecimento.
Pela tua mão atrevi-me a escrever o sonho numa outra folha. Escrevo nesta folha já escrita, rasurada, amachucada, com frases ilegíveis, amarelada do tempo, rasgada nas pontas – escrevo nesta folha que se chama vida.
Agora, neste cantinho de folha ficamos nós, fica o nosso sonho, ficam os nossos sorrisos, ficam os nossos olhares, fica o nosso segredo, fica eternamente um pedaço da nossa vida que não será rasurado. Neste canto de folha, fica registado que vale a pena ser feliz, nem que seja por um momento.
Na vida ficamos nós, como a caneta na mão de um poeta.


Nesta mão fechada guardo as linhas de destino, de sina. Linhas que nada dizem a quem não sabe ler. Sou analfabeta, leiga, desinteressada no que está escrito nas estrelas, no céu, nas nuvens, nas borras de chá (ou será de café?)
Bem fico de olho aberto, e ninguém passa é certo. Se passou, passou que não o vi! Mas se está escrito na palma da mão com certeza passará, se não for hoje talvez seja amanhã…
Não, deixei de acreditar no destino. Na palma de mão! Vive-se é de mãos e punhos fechados, mangas arregaçadas, como quem vai à luta!! Por nosso desejo, por nossa vontade! Deixei de acreditar no destino, acredito em mim, no meu querer.
Continua a ler a palma da mão, continua. Ficarás analfabeto para a vida…


Isto que é senão letras coladinhas, enamoradas de si. Palavras soltas, sem sentido, sem arbítrio. Esta caneta preguiçosa não se levanta do papel. Escreve, risca, faz pontuação e dá sentido a tudo o que aqui vai. Aqui no coração, não na palma da mão. Na palma da mão tenho outras linhas, outras sinas. Nestas digo o que quero, quero-te a ti e a mim, quero ser feliz, quero respirar, quero querer, quero amar… quero sentir! Quero tornar eterno este querer de querer, quero não me esquecer do que quero.
Na palma desta mão fechada, está o destino que quiser escrever. E o meu ditado para hoje é simplesmente ser feliz…


Quem inventou a distância, certamente não sabia a dor que a saudade provoca. Não sabia que cada lágrima seria um suspiro atormentado pelo olhar que não se pode encontrar.
Não é a percorrer a distância que nos perdemos, não será por estes caminhos que o amor verdadeiro se perderá, mas sem dúvida ficará cansado de caminhar, de tentar alcançar.
Maior o amor, maior a ansiedade de encontrar o espelho dos nossos olhos, mais a vontade de partir, de ir, de fazer a loucura descontrolada para te encontrar. Irei ter contigo junto a um precipício, junto ao mar, numa praia, numa estrela, no caos, numa guerra… onde estiveres sei que irei ter contigo! É uma sede que não se mata, é uma vontade que não se farta, é uma saudade que aperta como os teus abraços mas na tua ausência…
Agradeço a quem inventou a saudade, é ela que vem marcar a tua presença na minha vida, e não permite esquecer-te.

quinta-feira, junho 26, 2008

VIAGEM

Metade de mim deixou de ser minha.
É culpa desta saudade
Que me leva e me traz.
Essa que me embala por mares gigantes,
Tormentas valentes, de ida e volta.
Sem cais, sem porto!
Talvez se perca o barco.
Neste mar de pensamentos
Que me arrancam de terra
E me levam para lá de mim,
Para lá de nós.
É uma viagem como tantas outras
Com ondas calmas que adormecem,
Com tempestades que atormentam.
É a viagem da saudade
No mar do amor,
No barco do pensamento,
No cais da verdade,
É levantar velas e zarpar.
É a saudade que me leva até ti,
Viagem debaixo de sol quente,
Debaixo de tempestade de trovões,
Apetece sempre levantar âncora
Só para te encontrar e ficar a dois.
Metade de mim é barco,
A outra é o cais onde atraco.
Mas eu gosto é de navegar por esse mar.
E quando atraco é só para descansar,
Limpar a proa, limpar o mastro,
Verificar velas…
Se neste intervalo de tempo me esquecer de ti,
Deixa-me ficar aqui sossegado.
Mas se tu te lembrares de mim.
Vem buscar-me e voltamos ao mar.

A.S

terça-feira, junho 24, 2008

A Polícia no seu melhor…

Bem sei que não digo nada há muito tempo. Não é que não tenha nada para dizer, mas o tempo não dá para tudo. Inspiração não falta, mas essa só fala de amor e não me apetece transformar este blog numa página cor-de-rosa.
Venho aqui só para partilhar uma situação deveras bizarra, mas como aconteceu com a Autoridade pode ser que sirva para terem conhecimento de que algumas coisas estranhas acontecem. (não sei se será só nosso país, talvez não).
O que se passou foi o seguinte; estacionei o meu carro numa sexta-feira à tarde no Parque das Nações. Ia apanhar o comboio, e passar o fim-de-semana fora, por isso dei voltas e voltas para estacionar o carro num local seguro, onde não se pagasse e não fosse proibido. O que é complicado como devem saber, mas lá consegui!
No regresso, domingo, quando me vou a dirigir para o carro ele não estava lá… Enfim, eu sou despistada, mas tenho a certeza que o deixei aqui…queres ver que não vi algum sinal de proibido e rebocaram-me o carro!! Era o que me faltava a estas horas! (eram 23:30h)… Bem, lá fui eu ao fim da rua confirmar o sinal que lá estava… não, não era proibido, portanto… roubaram-me o carro!!!
Tive que andar à procura de um polícia… Para trás e para a frente com a mochila às costas feita parva!! E quem me conhece bem sabe como eu estaria neste momento… é melhor nem descrever!
Entretanto lá vejo um Sr. Polícia… “Peço desculpa, pode ajudar-me; eu estacionei o meu carro nesta rua na sexta feira à tarde e não está lá! Já confirmei que não há nenhum sinal de proibição, deve ter sido roubado – disse eu”
O Sr. Polícia sorriu e perguntou: “Estacionou aqui, foi?” Pensei de imediato que afinal era proibido e que eu não sabia ler os sinais de trânsito… Ok, assumi que o carro tinha sido rebocado… Com o sorriso do polícia, só pode! Enfim, azar do caraças…
Ele continuou: “Olhe, se estacionou ali, o seu carro agora deve estar numa outra rua, veja nesta, ou…”
Ui, esta conversa não está a acontecer… eu ainda estou no comboio, adormeci, e estou a sonhar…
Sabem aquela sensação de que a situação é tão estranha, que parece que estão a ser filmados para os “Apanhados”?! Discretamente os meus olhos percorreram o perímetro à volta para ver se viam alguma câmara! Népia… Isto era a sério!
Ali estava eu, a ver que ia perder tempo com uma situação que ainda não tinha percebido. Só sabia que tinha a ver com o meu carro, que naquele momento era tudo para mim! Estava a contar com ele para chegar rapidamente a casa… Eu queria a minha cama, estava desejosa de chegar a casa, só tinha sono, estava cansada, com dores de costas… e com uma mochila às costas!
Bem, resumindo e porque não dá para explicar o surreal da situação, o que o polícia me disse foi basicamente isto: “Sabe, é que houve um evento qualquer, e tivemos que retirar os carros que estavam nessa rua, pegamos neles e estacionamos noutras ruas… portanto, procure nesta rua ou na outra por trás do hotel. Se não estiver em nenhuma destas, tente na outra do lado de lá…”. Para que percebam, isto foi dito num tom de voz muito natural, como se me tivesse a dar uma informação banal, usual!
Ora, banal e usual era o que se passava lá em casa de vez em quando, com a minha empregada de limpeza:
- Ò Ermelinda, onde é que está aquela caixinha de madeira que estava em cima da minha cómoda?
– Ó menina, sei lá! Deve estar por aí, veja lá se não está na mesinha de cabeceira, ou no quarto dos pais! Não sei, procure, mas que está dentro de casa isso tenho a certeza!
O Sr. Polícia transformou-se numa Ermelinda… E o que é que eu costumava dizer à Ermelinda nestas situações? Pois, não o podia dizer a um agente da autoridade, mas foi o que me deu vontade!
Ora, santa paciência… a polícia agora anda a trocar os nossos carros de lugar como se fossem bibelots…Perfeito! O pior é que fazem como a Ermelinda, não sabem onde os põem… é por aí… mas estão na rua de certeza!!
Surgiu um rodopio de pensamentos na minha cabeça numa fracção de segundos - Eu devo estar bêbeda, não percebi o que o homem disse! A polícia pode fazer isso? Não, o polícia é que está bêbado e a gozar comigo! Isto é brincadeira de mau gosto! Ok, isto deve ser procedimento normal eu é que não estou a raciocinar bem. Mas pegaram no meu carro e levaram-no por aí, e não sabem por onde? A estas horas da noite vou andar por estas ruas escuras à procura do carro? Eu que tive tanto cuidado a estacionar o carro num sitio próprio! Realmente não vale a pena, mais valia ter sido rebocado ao menos saberia onde estava! Bem, rebocado não porque não tenho dinheiro para apanhar um táxi! Mas a policia não me ligou a perguntar nada, se calhar não precisam, eles são a autoridade, podem tudo! Bem, vou sorrir para o policia perceber que sei que é procedimento normal. Normal o caraças! Estou parva ou quê?! Vou fazer uma reclamação! Mas reclamação da polícia? Bem… vou… sei lá…
Por fim, tive que pôr travão a estes pensamentos, eu estava a ficar furiosa! Claro está, cada ponto de exclamação e cada “caraças” do meu pensamento era um palavrão cilíndrico! Se continuasse a pensar muito, mandava o policia ir buscar o livro de reclamações! E nós podemos reclamar da polícia? Se calhar não têm livro de reclamações…
Olhem, eu queria era dormir!! Amanhã era dia de trabalho…Perder tempo com uma situação destas não valia a pena! Eu tive vontade de chamar a polícia, mas eu estava a falar com um polícia… que estupidez! E neste caso, o que é que a polícia ia dizer à policia? Pois é… um bocado bizarro! Eu só me lembro do meu ultimo momento com o polícia: “está a gozar?!” ao que ele não respondeu, só sorriu…
Acho que saí de junto do polícia com uma cara de atrasada mental, sabem aquelas pessoas que parece que estão catatônicas, deve ter sido assim que devo ter ficado… paspalhona sem reação! Eu peguei nas pernas e pus-me a caminho duma das ruas, nem disse nada ao polícia… O quê? “Boa noite e obrigada pela informação que não me deu, não me sabe dar…”
Bem, lá fui eu à procura do meu bibelot. É que eu não fazia puto de ideia onde estaria, sei que numa das 3 ruas estaria. A não ser que os policias tivessem sido muito atenciosos e o tivessem ido estacionado ao pé de casa… sei lá já não digo nada!
Como conheço relativamente bem a zona, e como tenho uma sorte do caraças (como podem constatar), decidi procurar na rua mais afastada… Vou explicar porquê, primeiro porque o carro estar na rua mais próxima, que era já ali, era muita sorte para mim, e depois porque nessa rua é onde param os autocarros e é muito movimentada durante o dia, para além de que… (já vos digo).
Lá atravessei a gare do oriente de uma ponta à outra, sempre a olhar para trás na esperança de que fosse mesmo para os “Apanhados”…
- Isto é para os apanhados, não se aborreça, o seu carro está aqui!! – desejei eu ouvir esta voz…
Eu só queria o carro, mais nada! Já imaginava as voltas que ia dar… O tempo que ia perder… nunca mais ia chegar a casa! Cheguei à rua, olhei, olhei… e nada! O meu carro não estava nesta rua! Claro, não queria mais nada, não?! Ok, mas tenho mais duas hipóteses… Pensamento positivo! Voltei para trás feita paspalhona. Fui dar uma volta um pouco maior porque não queria que o polícia me visse outra vez. Se calhar ia ficar com remorsos de estar a ver uma pessoa a passar por esta situação… E eu não queria ver um polícia com remorsos! Nem pensar! Eles fizeram o trabalho deles, eu é que devia ter adivinhado que iam fazer ali um evento, olha que porra! Aliás, eu nem devia ter estacionado o carro ali por três dias… era um risco, até podia ter sido roubado! Portanto, eu devia era estar aliviada porque estava nas mãos da polícia, estava seguro com certeza… Só não se sabia onde! Bonito…
Mais uma moeda, mais uma volta!! Lá continuei eu, atravessei a estrada para o lado do Hotel. Era desta, ia encontrar o carro. Senão, tinha que ir ter com o polícia e pedir uma escolta… ou boleia até ao meu carro. Poderiam perguntar; “ E onde é que a menina tem o carro?” ao que eu responderia; “ora pergunta bem mas não sabe a quem! Vocês é que pegaram nele e o estacionaram por aí, procurem-no! Ora que caraças!”
Como devem imaginar esta caminhada até que foi agradável, eu já me estava a rir do meu próprio infortúnio. Claro que esta conversa mental continuava a ter palavrões escabrosos pelo meio! Aqui é que não os posso escrever, mas vocês sabem o que eu dizia mentalmente, certo? Era o que vocês diriam na minha situação!
Ia eu a atravessar a estrada (na passadeira! Não fosse o polícia estar de olho em mim e ainda me passava uma multa!), e os meus olhos rejubilaram!! Aquele era o meu carro… certo? Certo! Consegui encontrar!! Foi sem querer, foi no relance do olhar para atravessar a estrada. Afinal até foi rápido, evitei perder mais meia hora numa outra rua! Confesso que eu já estava a ficar angustiada, desesperada, revoltada com esta merda toda (disse merda, peço desculpa mas esta teve que ser). O carro apareceu na altura certa, porque acho que ia começar a chorar de raiva… Conclusão, lá estava o meu carro estacionado, naquela rua… Naquela rua?! Estranho! E estranho porquê, perguntam vocês… porque eu já sabia de antemão que aquela rua está sinalizada, nada mais nada menos com o sinal de trânsito “proibido parar e estacionar” por isso é que eliminei logo essa rua como primeira hipótese! Ora que lindo! Ah, grande Polícia!! Sim, senhora!! Olha que este gajos (ok, Srs Gajos) podem fazer tudo!! É hilariante ou não?! E se eu vos dissesse que o carro tinha sido multado… ah… pois é! Era o cumulo! (bem, também já chega, não estão à espera que me aconteça tudo na mesma noite!)
Não, não fui multada… mas podia ter sido! Aí sim já se justificava chamar a polícia! Mas como ia provar que foi a própria polícia que pôs ali o meu carro? E se estivesse bloqueado pela EMEL, quem pagava a multa?! E se eu tivesse sido assaltada naquela rua escura? E se… a polícia ficasse quietinha?
Pois é meus amigos, quando virem que o vosso carro não está no mesmo sítio onde o deixaram, não desesperem, lembrem-se sempre de colocar esta hipótese. Pode ser que tenha sido a polícia que o foi estacionar num sitio onde não incomodasse… Baril! A Polícia é muita fixe pá!!

Alguém me sabe dizer se isto é possível?! A Polícia pode fazer isto? Para onde posso reclamar? Ou expor a situação?
Talvez dar uma sugestão; já que podem mudar os carros de lugar, ao menos evitem passar multas, peguem nos carros e estacionem-nos em locais próprios… E que tal identificar antecipadamente as zonas onde não se pode estacionar porque vai haver um evento? Ou começar a colocar sinais de trânsito “Parque de estacionamento, excepto se exceder três dias”.
E por favor, se estacionarem o carro num outro local, ao menos estacionem num sitio onde não seja proibido, é que o bom exemplo cabe a todos, até à polícia!
É que se eu tivesse colocado a hipótese de que a polícia pode estacionar mal o carro dos outros, tinha ido logo por aquela rua porque era a que estava mais perto!

A viagem de regresso a casa, foi de pasmo! E lá continuei a praguejar. Mas pensando bem, se ia haver ali um evento e o meu carro estava ali há 3 dias, o mais natural é que o tivessem que tirar de lá… Temos sempre que nos pôr no lugar dos outros, sejamos tolerantes!

Só a mim… e não, não estava bêbeda, nem a sonhar!! Isto aconteceu mesmo!

Haja Saúde!

segunda-feira, junho 02, 2008

Versos Ridículos



Ai amor, que distância,
Uma lembrância
Que só quero esquecer.

É tão grande a saudade
Que me estremece o peito,
Pede, meu amor
Que eu deito!

Deito fora o papel,
Que é bilhete avião,
É prova de que te fui ver
E tu, a mim não!

Hoje foi um adeus,
Amanhã o que será?
Se eu não te for ver,
Sei que não vens cá!

Neste vaivém de saudade,
Neste matar aos pouquinhos
Nasce em mim a ansiedade
De te encher de beijinhos.

Ai esta saudade irritante,
Que me faz escrever desta forma,
Parece o parolo do Pessoa
Quando escrevia uma graçola

E depois ainda achava piada,
Escrever cartas de amor,
Seria a forma de desculpar
Tanto disparate com dor

Que esta carta de ridículo tem muito,
Lá isso tem!
Agora se é de amor ou de outra coisa
Isso já não sei…

Deve ser de loucura,
Insanidade mental,
Vês o que fazes à minha vida?
Deixou de ser normal!

Agora ficava aqui eternamente
A provar que te amo cientificamente!
Se é ridículo é amor!
Então amo-te loucamente!
(já viste o ridículo do que escrevo, caramba?)

E não estou a escrever assim propositadamente,
Estas palavras saem de mim naturalmente!

Isto de amar tem a sua piada!
Um poeta deixa de ser poeta,
É ridículo!
O que é ridículo, parece ter essência,
Amor será demência?!
Talvez…
Nestas palavras não me reconheço,
Eu não sou assim…
Encontrarei a loucura se procurar bem dentro de mim.

Deixa lá a loucura que eu já estou perdido,
Se não fosse o ridículo desta carta
Pensaria que era lindo!

Mas para mostrar que sou mais louco que o Poeta,
Vou pegar nestas palavras
E vou mostrá-las ao mundo!
Porque de ridículo não tem nada
Quando sabes que o meu amor é profundo!

Deixo que me leias e releias,
Vezes sem conta e sem fim,
Estas palavras ridículas
Serão sempre um pedaço de mim

Deixo aqui a minha marca
De saudade e desejo,
Deixo também esta lágrima
Porque te amo e não te vejo!