sexta-feira, abril 08, 2011

MATAR O AMOR



Não se pode matar o amor. Isto para mim é certo e inegável. O amor, não morre pelas nossas próprias mãos, ou pelo nosso querer. Não conseguimos ser assassinos cruéis dum amor que já não interessa, ou que apenas nos faz sofrer.


Porém, podemos mandá-lo para um canto escuro - onde fique esquecido, onde não tenha nem alimento, nem luz! Podemos mandá-lo para um canto sozinho, de castigo, onde esperamos que um dia cometa suicídio. 

Tratamos assim o amor, sem cuidado, nem razão. Poderíamos ser assassinos de sentimentos que já não queremos, por não saber o que fazer com eles. Mas não podemos fazê-lo. Certamente nos tornaríamos assassinos de sentimentos. Bem, eu já teria assassinado alguns...
Somos limitados nisso e ainda bem. 

O amor não é mais que uma criança, que precisa de mimo. Mimo, de quem ama verdadeiramente! 

O meu amor está no castigo - não o mimes, não o visites! Deixa que morra! 
Deixa que se transforme em algo que se chame apenas dor.
Deixa que se transforme em algo que se chame apenas saudade.
Deixa que se transforme em algo que se chame apenas momento.
Deixa que se transforme em algo que se chame apenas esquecimento!

O meu amor, pode não morrer pelas minhas mãos, mas certamente morrerá pelas tuas!


 Tiremos os nossos amores do castigo. Não os deixemos morrer!
Suportarias a dor?
as saudades?
sermos apenas um momento?
e cairmos no esquecimento?

Amar, não é deixar morrer.

AS

quinta-feira, abril 07, 2011

Os meus Cantos do Mundo

ESCRITA
Neste canto do mundo
Onde se fala em Poesia,
Eu deixaria de ser Silêncio,
E seria... Seria!

MÚSICA
Neste canto do mundo,
Onde se ouvem canções,
Eu deixaria de ser vazio,
Viveria de ilusões!

AMOR
Neste canto do mundo,
Onde habita a paixão,
Eu deixaria de ser sombra,
Seria um clarão!

PAIXÃO
Neste canto do mundo,
Onde vive o amor,
Eu deixaria de ser só,
Viveria sem dor!

AMIZADE
Neste canto do mundo,
Onde se encontra um abraço,
Eu deixaria de ter medo,
Andaria ao teu passo.

TU
Neste canto do mundo,
Onde existe a alma metade,
Eu deixaria de estar perdida,
Correria à vontade!

NÓS
Nesse canto do mundo,
Onde existimos Nós...
Seríamos tudo!
Eu, sou eu e amo-me!
Tu, és tu e amas-te!
Amamos!
Somos! Exisitmos! Vivemos!
Neste canto do mundo,
Tudo temos!

O mundo inteiro não é de ninguém...

Eu, apenas quero os meus cantos!!
E só isto... parece-me tanto!

A.S

segunda-feira, abril 04, 2011

NÃO DIGO, MAS SINTO

Quando alguém se mata no nosso coração, limitamo-nos a lamentar o acto, e o local escolhido para o fazer...


Sinto esse lamento, que é tormento! 
Um tormento desta inusitada culpa.

Sou apenas uma desculpa - em busca da minha culpa.
Que culpa?
Desculpa...

A desculpa que agora de nada vale!
Neste suicido há um morto...
Aquele que não fala, não ouve, não vê, não mexe... e naturalmente não perdoa!
Tu!


Resta-nos então o silêncio!
Calo-me, para que fiques em paz!
Na tua paz, no teu sossego - na tua escolha!
Deixo-te uma rosa vermelha,
Um poema,
Uma lágrima,
E vou-me embora...

Por fim, resta-me este sentimento:


"Obrigada por tudo e por tanto! 
Desculpa o defeito e o feitio.
Dei-te tudo o que tinha.
Agora, sou apenas e tudo isto.
Mas vou crescendo..."


AS

ENCALHEI

Encalhei,
Nesta noite ferrada de frio e silêncio.
Vejo na rua pessoas,
Que partilham solidão - nada mais.
Arrastam os passos, pesados e cansados
De falecidas esperanças.
Oiço os pássaros.
Oiço os cascos dos cavalos
E o chiar das rodas das carruagens,
Que preguiçosamente vão puxando.
Oiço o quebrar do gelo nos passeios,
Denunciando a presença de gente!
Não, não estou só!
Apenas está tudo estranhamente calmo, quieto - à espera!
Encalhei,
No silêncio dos olhares
E nas palavras que já nada dizem.
Encalhei,
Neste porto sem mar,
Neste mar sem barcos,
Neste barco sem leme.
Encalhei esta noite
Neste porto seguro. Neste porto sem nada.
Encalhei neste pensamento!
Nesta verdade!
Encalhei onde todos encalhamos - no fim de um sonho!
Encalhei na realidade!

AS