segunda-feira, outubro 26, 2009

De REGRESSO... a uma nova vida, a um novo mundo, com ALMA!!

Aos meus amigos e leitores peço desculpa por esta prolongada ausência. Sinto que vos devo uma explicação. Tentarei ser breve... (tentarei!).

Algures neste tempo de ausência, pensei ter perdido a minha “musa” inspiradora. Mas talvez não, veremos. A mim inspiram-me a paixão , o amor e agora a vida.

Iniciei este blog em 2006 tendo escrito apenas 2 post’s. Em 2007 escrevi apenas 1 post... Ou seja, nestes 2 anos escrevi apenas 3 post’s. Espantoso!

Diria que o meu blog teve um nascimento atrevido, mas rapidamente perceberia que a minha alma ainda não estava pronta para falar, ainda tinha uma alma pequenina. O blog ficou assim embrulhado na esperança de um momento, dum sopro que desabrochasse a minha alma. Eu sabia que esse momento ia chegar...
A esperança, por vezes, não permite que desistamos das coisas, talvez por isso este blog nunca tenha sido completamente destruído, desactivado, desconectado...
Em Março de 2008, parece que esse tal momento aconteceu. Março de 2008 - não há coincidências...
Por esta altura comecei a viver um amor apaixonado. Estava a respirar o ar que me inspira: Paixão, Amor e Vida...

Tanto ar inspirador poderia ter-me sufocado as palavras, mas não, soltou-as... Escrevi e publiquei aqui sem qualquer tipo de complexo literário. Não sou poeta, nem poetisa... muito menos escritora. Tenho apenas jeito para escrever, dizem. Eu também acho, embora conheça as minhas limitações, que são tantas, tantas... mas ousei escrever. Escrevi o que me passava pela cabeça e pelo coração. Agora escreverei também o que me passa pela alma, se conseguir. Não é fácil...

É difícil descrever o que me vai na alma. É tão complexo o que sinto, que no fim de uma frase, parece que ficou alguma coisa por dizer. Mas não sei o quê. É como aquela gota de vinho no fundo de um copo... é isso que me falta, espremer o copo para cair a última gota! (talvez esta seja uma tarefa para o leitor)
A alma não se entende, vai-se ouvindo e tentando conhecer... Diria que a alma é um espaço encantado onde a cabeça e o coração se sentam para conversar... Mas a cabeça e o coração estão tão distantes, que o que se ouve por vezes, são ecos perdidos neste espaço imenso... Foi isso que aconteceu nesta minha ausência, estive a ouvir atentamente os ecos e os silêncios.

O silêncio não é fácil de ouvir, mas é nele que se escutam subtis sinais que nos despertam para a vida. Terei eu despertado? Terei ouvido alguma coisa no silêncio? Não sei...
Quando a alma está pensativa, parece que fica sem palavras, não fala. É como nós, quando estamos pensativos ou preocupados, não falamos. A alma somos nós longe do mundo, somos nós, mais próximo de nós. Por outras palavras; a alma é o meu “eu” longe do mundo, mas muito próximo de mim. (Não sei se me fiz entender, talvez não).
Estes meses estive a recuperar da perda de um grande amor. Na verdade, não foi um amor perdido, foi um amor encontrado e foi esse o problema. Mas não vale a pena querer esquecer, porque isso só nos cansa. Estes amores nunca se esquecem. Definitivamente, não foi um amor que passou, foi um amor que ficou e ficará sempre, embalado na minha alma. Não poderei dizer que este foi o meu primeiro amor, mas poderei afirmar que esta foi a minha primeira alma metade. Foi uma relação intensa, que me deslumbrou e me fez sonhar. Fez-me acreditar em impossíveis. Fez-me perceber que a liberdade total só se consegue entre duas almas que se entregam totalmente uma a outra. Senti-me verdadeiramente livre, sei que as nossas almas foram livres juntas.

És por isso a minha alma metade... percebes? A alma metade, que encaixou perfeita na minha, como a peça de um puzzle. É a ausência deste encaixe perfeito que me fragiliza, que me deixa incompleta, que me quebra! Atenção que eu estou a falar de almas, às vezes as nossas almas metades estão em “embalagens” muito estranhas! Mas a embalagem é importante? Para a minha história, acabou por ser o mais importante. Os nossos estilos de vidas eram tão diferentes... desde sempre soubemos isso. Bastava olhar para nós e ninguém diria que tínhamos uma relação. Éramos mesmo muito diferentes! E isso protegia-nos! Por outro lado, separou-nos.
O medo é terrível e a culpa também! O medo e a culpa juntos, são um pesadelo que ninguém quer viver. E tu carregavas esses dois monstros dentro de ti. O meu amor não tinha força suficiente para lutar contra isso. E quando eu te dizia que o meu amor era grande, não te mentia, o teu medo e a tua culpa é que eram maiores. Asfixiavam o teu amor e tu deixaste.
Faltou-te a coragem meu amor, faltou-te tudo naquele momento, menos o medo. O medo possuiu-te e devorou-te, levou-te de mim, triunfante... O medo e a culpa pesavam-te nos ombros, eu percebi isso. Mas o amor não nos deve pesar, deve elevar-nos... O nosso amor era elevado, e eu não queria outra coisa para nós. Parti contrariada. Partimos, sem palavras que falassem de despedida, essas palavras não existem para nós.

Lutei sempre a olhar nos teus olhos, para que me visses e me sentisses ao teu lado. Para que acreditasses e confiasses em nós. Mas nesta altura estaria o teu olhar muito longe do meu. Só olhavas para o medo. Quando olhamos muito para o medo, ele acaba por retribuir o olhar... ele olhou para ti e intimidou-te, tocou-te no ombro e sussurrou-te ao ouvido algo que virias a cumprir! Medo-1; Amor-0.
Foi aqui que a revolta me veio possuir... De facto, o amor pode unir o impossível, mas há muitas forças mesquinhas que o detroem facilmente. A minha revolta é esta! Sempre acreditei que o amor fosse a maior força do mundo, agora desconfio que não seja, ou o nosso amor afinal não era assim tão forte. Não sei, sei o que significou para mim, sei até onde lutei por ele. Sei porque baixei os braços - o teu querer desistir, falou mais alto que o meu querer lutar.
Parece-me que esta relação acabou à força, independentemente do que as nossas almas e corações sentiam. Não encontro razão para dizer que este amor acabou. Mas encontro várias para dizer que ficou...

As almas, digo-vos, que têm muita força. As almas não precisam do corpo para se encontrarem. Por vezes sinto a tua alma presente, sinto-lhe o perfume, sinto que passa e me arrepia. A tua alma ainda vem ter com a minha, caso não saibas... É nestes encontros que sinto que tenho alma. Sinto-te comigo, mas numa outra dimensão. É confuso...
Na alma, a dor e o prazer também se sentem de uma forma mais profunda, dentro do peito, dentro de nós... depois parece que se liberta do corpo e nos abraça! No prazer, esta sensação é muito boa, na dor... é “muito péssima”!
É isto ter uma alma. É uma coisa cá dentro que nos faz sentir mais refinadamente as emoções, é dentro da pele.
Confesso que pensei que alma fosse uma palavra bíblica, ou poética. Não é, a alma existe mesmo.

Descobriste a minha alma para mim, e isso agradeço-te. Uma alma que estou a aprender a conhecer, uma alma cheia de conhecimento! Conheci o amor e a felicidade... Atrevi-me a olhá-la nos olhos durante muito tempo, sabendo que esse tempo passaria. O tempo de facto passou, mas a lembrança desta felicidade não passa. Tive medo de ser feliz, tive muito medo. Tu sabes isso! Mas atrevi-me! Sofro as consequências do meu atrevimento, sofro! E bem! Já pensei que a vida não faz muito sentido... mas teremos que a tentar compreender melhor, ou desistir de a compreender, ainda não sei o que será mais correcto.

Por vezes penso que se voltasse atrás, mudava tudo só para evitar este sofrimento. Depois sinto que é uma tremenda estupidez pensar tal coisa. Não deixaria de viver esta felicidade por nada! Devemos dar valor aos momentos bons, são tão raros. Algumas pessoas nem sabem o que é um grande amor, tão pouco o que é a felicidade. Eu agora sei o que é isso, sou uma previligiada!
Este amor era inevitável, foi inevitável! Portanto, por mais que eu voltasse atrás para o evitar, sei que iria acontecer.

Vivo agora sem “nós”. Vivo sozinha. O nosso amor já não me faz companhia aos serões. A minha alma está solitária e triste. Mas eu estou como sempre, alegre! Finjo que estou bem sem ti... minto-me! Não se consegue mentir à alma, mais facilmente se consegue distrair. Eu tenho estado a distraí-la, tem sido impossível enganá-la!
Um dia, gritei a mim mesma que a vida é assim. Conquista-se e perde-se! Vivo agora uma grande derrota, mas foi também uma grande conquista! Diria que foi uma batalha espantosa!!
Terei que viver sem ti, um dia a seguir ao outro, novos dias. Dias tão diferentes - por pintar! É uma questão de hábito... Mas não me habituo!

Uma manhã, dei por mim a sentir que não estava a viver um novo dia, estava a viver num novo mundo!

Terei que morrer para voltar a viver neste novo mundo... Morrer agora é difícil porque venho do mundo onde me senti realmente viva...

Num milagre da vida, terei que renascer, com novas asas, para novos voos... Pelas minhas mãos...

Serás sempre um pó mágico nas minhas asas, aprendi contigo que as asas servem para voar.

Um abraço a todos os que ouvem os meus silêncios.

AS

4 comentários:

Susana Mateus disse...

apesar do motivo nao ser o melhor, fico feliz por voltar a "ler-te"
bjos e força!

Tentativas Poemáticas disse...

Depois de ler este texto, não julgo possível comentá-lo de ânimo leve.
Sim, é verdade que a amiga não só escreve um texto em prosa com alma de poema como nele coloca inteligentemente uma série de questões.
Terei de o reler para comentar. Ou não? Quem sou eu para a criticar (só podia ser positivamente, claro!). Mas que o vou reler disso ninguém duvide.
Adorei. Este regresso foi magnífico!
Beijinhos
António

Cláudia disse...

Falar de Perdas, da Alma, do Renascer, não é fácil. Mas tu, ainda que no meio da dor, consegues fazê-lo de uma forma espantosa. Bom regresso. Aguardo a continuação! Beijo

OC disse...

tocou-me mesmo na alma.
simplesmente lindo!

OC