quarta-feira, janeiro 28, 2009

NADA DURA PARA SEMPRE

Durante um olhar perdido no tempo, especificamente no passado, facilmente concluímos que nada é eterno, nada dura para sempre. Talvez o amor de mãe, mas até este sentimento sofre mutações, o tempo e a vida ensinam a amar um filho de forma diferente, embora se ame para sempre. Mas aquele amar de mãe de poder proteger nos braços, do poder abraçar, do poder mimar… isso mais tarde ou mais cedo acaba. Os filhos começam a ver as mães com outros olhos, quebra-se a infatilidade, e tudo o que era um abraço eterno de ternura e amor entre mãe e filho, passa a ser um abraço com muitos outros significados, isto é, se ainda existirem abraços!. Digo que acaba, porque muda… E uma mudança é o prenúncio do fim de alguma coisa.


Pergunto-me se realmente as coisas têm que ser assim. Não têm, mas de facto são assim e contra isso nada podemos fazer. A única coisa que se pode fazer é aproveitar ao máximo o tempo de duração de cada um destes momentos que gostaríamos que fossem eternos. Saber aproveitar estes momentos é uma arte que poucos têm. Mas é uma arte que se aprende com a vida e com as pessoas que deixamos entrar nela. Tudo se aprende se tivermos disposição para tal.
Dou-me conta que talvez seja esta certeza inconsciente de que nada dura para sempre que nos permite dar valor àquilo que mais amamos. Ninguém quer perder o que ama, mas já se sabe que se vai perder, por isso valoriza-se, respeita-se e cuida-se. O que se afastar muito disto, por certo não será amor. (digo eu, que nada percebo deste sentimento!)
O vislumbre dum horizonte que diz “fim” assusta, mete medo. O desconhecido assombra, o perder algo que nos faz feliz angustia. E assim acabamos por forçar a existência de coisas que já terminaram, iludimos a alma com abraços de corpo, dizemos ver magia quando afinal vemos é o truque. Tentamos aumentar a distância entre nós e o horizonte, aumentamos a extensão de mar, pintamos o céu de várias cores, vemos vários por-de-sol… e ficamos assim até que a nossa presença nesta paisagem se extinga.


Bem, à partida parece um pensamento pessimista e sem esperança, mas não é! Reparem que não durando para sempre, até o que é mau acaba!


O meu ponto de vista é que não dura porque muda e uma mudança nem sempre significa uma alteração para pior. Tudo depende da forma como gerimos a vida e os sentimentos, tudo depende da nossa capacidade de adaptação a novas situações. Na realidade, tudo depende de nós e não daquilo que se extingue, seja um sentimento, um animal de estimação ou uma pessoa querida.


Grave é se nos extinguirmos ainda em vida, acontece a quem não sabe o que quer, a quem não luta pelo que quer, a quem depende da extinção do outro. Acontece a todos termos extinções momentâneas, apagamo-nos, ficamos desorientados… E nesses momentos de mudança encontramos sempre o princípio de alguma coisa, será um princípio surpreendente provocado por um fim que nos angustiou.

Portanto, o fim, a mudança e o principio regem o nosso ciclo de vida... e é esta a nossa montanha russa sem bilhete pago! Fazemos a viagem simplesmente porque estamos vivos... Ficamos sem ar, vomitamos, enjoamos, gritamos, rimos, suspiramos, aprendemos, e o mais importante de tudo... crescemos!


Aproveito para desejar a todos um excelente ano de 2009.


O ano que acabou pode ter sido muito mau ou bom, mas nada nos diz que este não seja melhor. De certeza que será diferente!


Hoje passei por aqui só para dizer isto…


Um abraço

2 comentários:

NEPISA disse...

vai mas é trabalhar ó!!!

Cláudia disse...

Tão simples como isso, se não dura para sempre, permitir-se viver, obrigar-se a viver, respeitar a forma de viver!
Beijo