terça-feira, fevereiro 17, 2009

À JANELA

Quando amamos parece que o mundo fica diferente. Parece que nada se sente à nossa volta a não ser esse amor. Deixamos de pensar nas coisas, olhamos simplesmente para elas.
Nestas alturas, parece que descobrimos uma janela dentro de nós, uma janela por onde passamos todos os dias e raramente paramos para ver a paisagem. Pode dizer-se que é a janela do coração, uma janela que fica ao lado de um relógio de parece que nunca está certo, ou é cedo ou é tarde...

Estes dias tenho passado os serões a esta janela, tenho olhado para a paisagem e observado que muita coisa mudou, a paisagem, as pessoas que passam, os barulhos, os cheiros... a luz do sol, o brilho da lua. Está tudo diferente, ou só comecei a reparar agora nisso. E fico muito tempo ali, a saborear, a usufruir da natureza que vejo nesta janela que é a minha. Depois, abro os braços, ou baixo a cabeça, suspiro de esperança ou de cansaço.

Quando fecho a janela, embora muitas dúvidas me toquem no ombro, a certeza do que quero já me dá alguma segurança. Isto porque me parece que o querer já é meio caminho andado para acontecer. O não querer, já é meio caminho para nada.

E aqui estou eu, uma vez mais à janela.

Olho uma última vez para a paisagem e lá está o meu trilho, o do meu querer, aquele que me levará a algum lado.

Há pessoas nos levam a esta janela, nos mostram um caminho que conseguimos ver. O que tenho visto é um caminho sinuoso, parece ir dar a uma montanha linda, parece ser difícil lá chegar. Este caminho não é um qualquer, existe. Mesmo que não vá por ali, este jamais será apagado da memória do meu coração.


Já andei por caminhos fáceis que não me levaram a lado nenhum.


Vou recolher-me que hoje está muito frio aí fora…




1 comentário:

Cláudia disse...

Quantos de nós passamos tempo demais à janela, a ver o mundo a passar, mas não nos mexemos...
Difícil é combatermos a inércia que impede de abrirmos a janela, de sentir o cheiro da aventura, de sentirmos o calor do sol, a frescura da chuva... e envelhecemos à janela...
Se vês esse caminho, que é o teu, se te chama, mesmo que sinuoso, agarra essa vontade de o percorrer! E sente os cheiros, os calores, a frescura... a aventura!
(É bom vir aqui e pensar nestas coisas...)
Beijo