
Nestas alturas, parece que descobrimos uma janela dentro de nós, uma janela por onde passamos todos os dias e raramente paramos para ver a paisagem. Pode dizer-se que é a janela do coração, uma janela que fica ao lado de um relógio de parece que nunca está certo, ou é cedo ou é tarde...
Estes dias tenho passado os serões a esta janela, tenho olhado para a paisagem e observado que muita coisa mudou, a paisagem, as pessoas que passam, os barulhos, os cheiros... a luz do sol, o brilho da lua. Está tudo diferente, ou só comecei a reparar agora nisso. E fico muito tempo ali, a saborear, a usufruir da natureza que vejo nesta janela que é a minha. Depois, abro os braços, ou baixo a cabeça, suspiro de esperança ou de cansaço.
Quando fecho a janela, embora muitas dúvidas me toquem no ombro, a certeza do que quero já me dá alguma segurança. Isto porque me parece que o querer já é meio caminho andado para acontecer. O não querer, já é meio caminho para nada.
E aqui estou eu, uma vez mais à janela.
Olho uma última vez para a paisagem e lá está o meu trilho, o do meu querer, aquele que me levará a algum lado.
Há pessoas nos levam a esta janela, nos mostram um caminho que conseguimos ver. O que tenho visto é um caminho sinuoso, parece ir dar a uma montanha linda, parece ser difícil lá chegar. Este caminho não é um qualquer, existe. Mesmo que não vá por ali, este jamais será apagado da memória do meu coração.
Já andei por caminhos fáceis que não me levaram a lado nenhum.
Vou recolher-me que hoje está muito frio aí fora…
1 comentário:
Quantos de nós passamos tempo demais à janela, a ver o mundo a passar, mas não nos mexemos...
Difícil é combatermos a inércia que impede de abrirmos a janela, de sentir o cheiro da aventura, de sentirmos o calor do sol, a frescura da chuva... e envelhecemos à janela...
Se vês esse caminho, que é o teu, se te chama, mesmo que sinuoso, agarra essa vontade de o percorrer! E sente os cheiros, os calores, a frescura... a aventura!
(É bom vir aqui e pensar nestas coisas...)
Beijo
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