terça-feira, fevereiro 10, 2009

Uma Flor


Ali nasceu uma flor.
Era uma semente pequenina,
Trazida ao pontapé pelo vento.
Bem se via que não era deste prado.
Não era malmequer, nem papoila,
Não era lírio, nem narciso…
Era uma flor sem nome, sem cheiro!
Não era nada de especial,
Nem bonita, nem feia.
Era só diferente de todas as outras.
Quando eu ia à janela ao acaso
Lá estava ela, simplesmente presente!
Na sua simplicidade dava nas vistas.
Sem querer entrava-me pelos olhos dentro,
Irrompia luminosa do meu pensamento!
Quando me lembrava dela, sorria.
Um dia decidi que a queria junto a mim,
Então desci para a colher.
Com um sorriso de anjo, peguei nela gentilmente.
E senti-a a sorrir para mim!
Nesse dia, senti o seu cheiro, toquei a sua beleza.
Nesse dia,
Matei-a.
Nesse dia,
O prado perdeu a cor e o cheiro.
Nesse dia,
Mais valia não ter amado tanto!


AS

3 comentários:

Cláudia disse...

Muito bonito, muito profundo. Deixa-nos a pensar em como lidamos com o mundo que nos rodeia, em como às vezes queremos tanto uma coisa, que no que fazemos para atingir esse querer, acabamos por mudar radicalmente o estado das coisas...
e deixa de ter o seu encanto, a sua magia...
Beijo

Anónimo disse...

lindo poema.
é como se já o tivesse lido...

bjos
Susana

OC disse...

não me autorizo a comentar mas simplesmente de desfrutar da beleza do que está escrito...
OC